quinta-feira, 2 de julho de 2009

A menina de botas azuis

Quando a vi pela primeira vez, ainda muito jovem, parecia um bichinho a descobrir o mundo. Sempre muito quieta, de sorriso discreto, expressão nula e de aparência física totalmente imperceptível, sentia certa curiosidade em conhece - lá melhor.

Ela sempre estava ao nosso redor. Não sei se por curiosidade, carência, ciúmes ou simplesmente falta do que fazer.

Com o passar do tempo a sua presença começou a me incomodar muito. Aquele jeito sonso, sem graça, feio por muitas vezes, escondia a verdadeira pessoa que ela é.

Aos poucos fui percebendo a falsidade dos seus gestos, a obsessão em me seguir e a inveja de querer o que é meu.

Há pouco tempo cresceu, se tornou mulher, tentou melhorar a aparência, mas o seu olhar entrega o caráter duvidoso.

Circula por aí com tenebrosas botas azuis e fantasiada de santa.

Tenta enganar a muitos. A mim não consegue.

A afastei de nossas vidas, mas sei que ela sempre quer voltar.

Não, aqui você não pisa nunca mais.

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